Segundo o relatório da BGI/EIT, a Sword Health, com sede nacional no Porto, captou €20 milhões de investimento em 2020 para dar largas a um negócio em torno de um sistema de fisioterapia digital. A empresa já marca presença na Europa, Austrália e América — e tem nos Estados Unidos o maior mercado. Com as devidas adaptações, a receita de sucesso da Sword Health poderá servir de mote para muitas das 2 mil startups nacionais que, segundo dados da Startup Portugal, representaram 1,1% do PIB e 2,2% das exportações em 2018.
Também a Platforme, fundada em 2015 e com sede no Porto, criou uma plataforma que permite que empresas adaptem roupas e calçado às preferências dos diferentes segmentos antes de avançarem para a produção. Hermès, Kering, YSL, Nordstrom ou Ermenegildo Zegna são clientes. Angariou em 2020 mais de €13 milhões.
Do mesmo modo, a Feedzai é uma forte candidata a atingir o estatuto de unicórnio. A empresa que em muito menos que 1 segundo autoriza ou bloqueia transações eletrónicas consoante os registos do passado. Conta com 500 profissionais e presta serviços em 190 países.
A Utrust, criada em plena corrida às "criptomoedas”, tem ganho clientes com uma tecnologia de pagamentos e transferências segura e rápida, com diferentes moedas e carteiras digitais. Angariou €17,6 milhões em 2020 e contratou para líder Sanja Kon, que tem no currículo passagens pela PayPal e pela eBay.
E, ainda, a Unbabel, constituída em 2013 tendo como objetivo melhorar traduções entre vários idiomas. Com faturações de €10 milhões e a captação de €60 milhões de investimentos em 2019, despediu 90 dos 260 profissionais em 2020. Apesar do revés gerado pela pandemia, continua uma das principais candidatas ao próximo unicórnio português.
Na prospeção incluem-se ainda empresas como: DashDash, Go With Flow, Probely, Ydata ou Barkyn entre os negócios mais recentes, e Veniam, Uniplaces, Defined Crowd, 360imprimir, Codacy ou Aptoide e Landing Jobs, que já são referências assíduas nos jornais.
Os dados da BGI/EIT confirmam a influência americana: o capital de risco americano foi responsável por um terço do investimento estrangeiro que, por sua vez, totaliza quase 60% dos valores aplicados nas startups portuguesas em 2020.
Na última década, as startups nacionais mais bem-sucedidas distinguiam-se pela engenharia de elevada complexidade que tinha como principais destinatárias outras empresas. Mais recentemente, surgiram negócios promissores associados à inteligência artificial, e ao processamento de grandes volumes de dados recolhidos a partir de múltiplos sensores e dispositivos.