CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento está a trabalhar no 5G em duas linhas, o desenvolvimento de aplicações para a nova tecnologia e o estudo, ainda numa fase "embrionária”, da complementaridade da rede com os satélites.
"O que é que de facto o 5G vai mudar nas nossas vidas, quais são as aplicações, quais são as soluções tecnológicas” que vai permitir que surjam, quer na mobilidade, quer nos contextos das cidades”, entre outros, explica o diretor de desenvolvimento, Tiago Rebelo.
Numa segunda linha, "um bocadinho diferente”, o CEiiA trabalha na "complementaridade das redes 5G terrestres com aquilo que são as redes 5G através de satélite”, para, "no fundo, maximizar a cobertura” das redes móveis de quinta geração, "em particular em áreas remotas ou no Atlântico”.
Entre os projetos que o CEiiA tem em curso, destaca "um grande programa mobilizador nacional” – o Link4S (‘Link for Sustainability’), dirigido à sustentabilidade -, que começou em junho do ano passado e é coordenado também pela NOS.
Trata-se de um projeto em que o CEiiA "é um ‘player’ tecnológico muito relevante, em particular em duas vertentes”: no desenvolvimento de soluções IoT (‘Internet of Everything’ ou Internet das Coisas), para conectar os objetos (‘transponders’ que vão estar nos carros, bicicletas, entre outros objetos), e de plataformas que gerem esses objetos.
"É provavelmente um dos projetos mais importantes em Portugal. Tem um conjunto de desafios muito associados à conectividade voltada para sustentabilidade, porque as aplicações são muito ‘nesta onda’ da descarbonização, da mobilidade sustentável, muito voltadas para a cidade, para os cidadãos e para a sua qualidade de vida”, aponta.
Já no que respeita ao Espaço, "juntamente com outro grupo de parceiros em Portugal, em particular com a Agência Portugal Espaço”, o CEiiA está a fazer "estudos das aplicações de satélite para áreas não convencionais”, nomeadamente as redes 5G a partir do satélite.
Por exemplo, que tipo de satélites podem vir "a ser desenvolvidos, produzidos e lançados a partir de Portugal”.
O CEiiA está também está a estudar aplicações associadas à observação terrestre, a partir da tecnologia satélite.
A logística conectada é outra das aplicações que "vai ser revolucionária”, considera, apontando por exemplo "saber onde é que uma encomenda estará em todos os momentos desse ciclo logístico” ou a distribuição aérea com veículos autónomos, em que a Amazon é pioneira.
"Acredito é que aquelas aplicações que só podem ser montadas no 5G vão surgir nos próximos nove, 12, 18 meses e muito ligadas a aplicações críticas em que a comunicação, em tempo real, não pode falhar”, remata.